Desde o ano passado venho a me perguntar qual o sentido desta frase: Amar, verbo intransitivo, sei bem que Mário tem um romance com esse título e sei, também, que existe um poema de Drummond com o mesmo nome, mas... sim, venho a me questionar há tempos sobre o significado disso, colocava-o sempre para o lado gramatical: intransitivo -> não precisa de complemento... Só que construí, assim, um significado muito vago, nada "bonito" sobre aquilo que me "atormentava" tanto... Pensei, muitas vezes, que o amor seria algo que não precisava de complemento - nada perspicaz -, só que o que havia presumido é de uma sensibilidade mínima, afinal, o concluído foi: ninguém precisa do outro para amar, ama-se, somente, acreditei que o que queria dizer tal frase, ou melhor, filosofia, era que a gente não precisa do outro, o amor acontece para um e não necessariamente para dois. Resumidamente, a ideia era amor platônico, isto é, o amor não precisa ser correspondido.
Tudo isso foi pensado ano passado, depois abandonei tal ideia, esqueci-a, mas um dia desses... Voltei a filosofar: Amar, verbo intransitivo. Estava deitada, quase dormindo - já passava das 23h, provavelmente -, pensando no Amor antes de concluir minha última observação sobre o tal mistério que a frase me impunha e o quanto o tal tormento demonstrava minha insipiência, mas seria uma insipiência da vida, do amor, do mundo, da humanidade, algo que não poderia alcançar... Pois, esse tipo de sabedoria só irá - iria - chegar-me com o tempo. Mas, deixa eu chegar logo onde já deveria ter chegado: pensei que quando amamos, nos alimentamos do amor, ele vira nossa existência, vira o nosso suprimento, agora, percebe, ele seria correspondido, pois seria o pão, a comida, como já disse Cazuza, esse alimento não estaria apenas em nossas mentes - como no amor platônico - porém, estaria em atitudes e anseios compartilhados... Com o Amor nada mais seria necessário... Tudo já é o Amor e sem o Amor não haveria mais nada, pois ele é o início e o fim, o terror e o divino em nossas vidas. O Amor basta, não é preciso complemento.
Bezerra Guimarães
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8 de fevereiro de 2011 às 19:27
Amor, verbo intransitivo e inexplicável. Se aplicarmos ao pé da letra essa frase teríamos amor como uma coisa sem complemento, e sem explicação. Mas, e ai, o que tem de bom nessa ''coisa'' chamada amor? Se ela não tem complemento e nem da pra entende-la? Pra essa ''coisa'' existir, realmente não precisa de complemento, porque esse sentimento te completa e te faz entender muita coisa nesse mundão de Jeová, apesar de ser incompreensível. Paradoxo claro na frase. :)
9 de fevereiro de 2011 às 22:06
Iale, vc é d+
Obrigada, minha flor, por ter lido.
by R. Guimarães